Oito dos ex-integrantes da Banda New Hit foram condenados, em
julgamento realizado nesta terça-feira (29), a 10 anos e oito meses de
prisão pelo estupro coletivo de duas adolescentes em 2012, após um show da banda na cidade de Ruy Barbosa, na Bahia.
A informação é da assessoria do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). O
julgamento foi realizado na Segunda Turma da Primeira Câmara Criminal
do TJ-BA, em Salvador.
De acordo com o TJ, os condenados ainda podem recorrer da decisão,
contudo ainda não há detalhes se eles serão encaminhados imediatamente
para o presídio. Conforme o Tribunal de Justiça, foram absolvidos, nesta
terça, Carlos Frederico Santos de Aragão, que à época do crime era
segurança da banda, e um dos ex-integrantes do grupo, Jeferson Pinto dos
Santos.
Todos os envolvidos no caso já haviam sido condenados, em maio de 2015,
a 11 anos e oito meses de reclusão. No entanto, os réus entraram com
recursos e, desde então, aguardavam o julgamento dos pedidos em
liberdade.
O início do julgamento do processo estava marcado para o dia 8 de agosto, mas foi adiado e remarcado para o dia 15 de agosto, após pedido de um dos oito advogados de defesa da banda. Na ocasião, dois, dos quatro desembargadores que analisaram o caso, pediram mais tempo para analisar o processo. Com isso, o julgamento foi remarcado para esta terça-feira.
Mesmo com o pedido de vistas dos colegas, o relator do processo, o
desembargador Lourival Trindade, já havia proferido o voto no dia 15 de
agosto, mantendo a condenação de oito dos dez réus e pela absolvição de
outros dois.
Caso
A banda New Hit já não existe mais.
De acordo com a denúncia do Ministério Público da Bahia (mp-BA), na
madrugada do dia 26 de agosto de 2012, no centro da cidade de Ruy
Barbosa, a 320 quilômetros de Salvador, os integrantes do grupo de
pagode teriam abusado sexualmente de duas adolescentes que tinham 16
anos à época do ocorrido, e eram fãs da banda.
O estupro teria ocorrido após os suspeitos receberem as jovens para
sessão de fotos no ônibus da banda. O cantor e outros oito integrantes
da banda foram presos e depois soltos para responderem a acusação em
liberdade.
Segundo consta na primeira sentença, proferida em 2015, as vítimas
saíram da cidade vizinha de Itaberaba para uma micareta em Ruy Barbosa.
Após a apresentação, foram até o ônibus da banda pedir para tirar fotos
com os músicos e pegar autógrafos.
Consta na decisão que, "tão logo começaram a posar para as fotos ao
lado dos ídolos, as vítimas foram surpreendidas com atitudes
libidinosas". A denúncia do MP apontou que foi praticado, mediante
extrema violência, por repetidas vezes e em alternância, conjunção
carnal e diversos atos libidinosos.
Segundo a Justiça, durante o processo, além das duas vítimas e dez
acusados, foram ouvidas 12 testemunhas incluídas pela acusação, por meio
do Ministério Público, e 53 testemunhas de defesa.